Juntos no sábado em Lisboa <br>para ter mais força todos os dias
GRANDE Dezenas de milhares de pessoas deverão responder positivamente ao apelo da CGTP-IN, manifestando-se no dia 18, sábado, na Avenida da Liberdade, pela valorização do trabalho e dos trabalhadores.
A luta continua a ser determinante para conquistar novos avanços
A luta de todos por este objectivo geral dá mais visibilidade e mais força à luta do dia-a-dia nos sectores, nas empresas e serviços e nas regiões.
Ao anunciar esta manifestação nacional, há um mês, a Intersindical reafirmou o papel imprescindível da luta dos trabalhadores na defesa, reposição e conquista de direitos. No encontro de 10 de Outubro, a confederação apelou ao reforço da organização e da unidade e à intensificação da acção e da luta, lembrando que esta foi determinante para os avanços conseguidos nos últimos dois anos, mas que estes foram ainda progressos tímidos.
No apelo à participação dos trabalhadores dos sectores privado e público, dos jovens, dos reformados e dos desempregados, foram destacadas as reivindicações:
· aumento geral dos salários e fixação do salário mínimo nacional em 600 euros, em Janeiro de 2018;
· por emprego com direitos e contra a precariedade;
· reposição do direito de contratação colectiva e revogação das normas gravosas da legislação laboral;
· contra o aumento e a desregulação dos horários de trabalho, pelas 35 horas de trabalho semanal para todos;
· por 25 dias úteis de férias;
· reposição e melhoria dos direitos dos trabalhadores;
· aumento das pensões e reformas e fim das penalizações para trabalhadores com 40 anos de contribuições que queiram aceder à reforma ou aposentação;
· reforço, melhoria e universalidade dos serviços públicos e das funções sociais do Estado.
Para facilitar a participação de um maior número de trabalhadores, com laboração ao sábado, em vários sectores foram apresentados pré-avisos de greve.
Nas empresas e nas ruas
A mobilização para a manifestação tem sido feita em plenários, contactos e outras iniciativas, bem como nas acções de luta decorridas nestas semanas, e ganhou expressão nos materiais produzidos e divulgados por sindicatos e federações, a par do manifesto nacional da CGTP-IN.
No boletim «O Sindicato Informa», distribuído nas indústrias metalúrgicas, químicas, eléctricas, farmacêutica, celulose, papel, gráfica, imprensa, energia e minas, defende-se que o crescimento económico tem de ter consequências nas condições de vida e de trabalho dos trabalhadores.
Na Infra-estruturas de Portugal, o apelo foi feito em conjunto pelas federações dos transportes e da Função Pública, para dar força à luta por um acordo colectivo de trabalho que garanta e generalize os direitos laborais conquistados na Refer e na Estradas de Portugal.
No apelo aos trabalhadores da Carris, a Fectrans aponta claramente o objectivo de que a mobilização e a luta possam ter reflexos positivos no Orçamento do Estado, em discussão no Parlamento.
Para o Sintaf, a manifestação reforçará a luta pelos direitos dos trabalhadores da banca e pela dignidade no sector financeiro, contra a destruição de postos de trabalho, o recurso a trabalho mais barato por via do «outsourcing», enquanto a cobrança de comissões e o não pagamento de juros a depositantes representam já mais de dez milhões de euros por dia.
O CESP incluiu o apelo à participação na manifestação nas suas mais recentes edições da «folha sindical», dirigidas aos trabalhadores dos grupos Continente (Sonae) e Brisa (incluindo o contact center Mcall) e da NRD (Núcleo Radiodiagnóstico).
A Inter-Reformados de Coimbra reforçou a mobilização para Lisboa durante o magusto distrital, dia 11.
Cerca de 200 trabalhadores da Opart (Teatro Nacional de S. Carlos e Companhia Nacional de Bailado), num plenário promovido dia 9 pelo CENA-STE, aprovaram um caderno reivindicativo e decidiram participar na manifestação nacional dia 18.
Aos trabalhadores da Administração Pública, o PCP distribuiu folhetos a apoiar a manifestação de dia 18 e a valorizar a reposição do direito ao subsídio de Natal, este mês e em 2018, bem como a recuperação de outros direitos e de rendimentos, ainda que de forma insuficiente e conseguida com a luta e a contribuição decisiva do Partido, e não pela vontade do Governo minoritário do PS.
Confirmados!
O propósito de trazer para a manifestação as lutas em curso será concretizado no dia 18, como indica um levantamento feito anteontem junto de camaradas que acompanham a organização desta jornada.
Para lá dos milhares de trabalhadores da Administração Pública central e local e de empresas de dimensão nacional, que se deverão integrar nos respectivos distritos, estava confirmada a participação em colectivo de trabalhadores da Altice (MEO e outras empresas da PT Portugal), Arriva, BA Glass, Cabelte, Caetanobus, Camo, Contrastêxtil, Efacec, Fico Cables, Fundínio, Gertal, Groz Beckert, Inapal Plásticos, Klaveness, JS Moreira, Manitowoc, Manpower (call center da PT), Preh, Sakhti, SNA Europe, Tegopi, Unicer e Uniself (todas no distrito do Porto); Renault Cacia (Aveiro); Misericórdia de Seia (Guarda); cantinas dos hospitais de Elvas e Portalegre (Uniself); Amarsul, Arsenal do Alfeite, Auchan Almada e Setúbal, El Corte Inglés (armazém de Alcochete), EMEF, Simarsul, VW Autoeuropa e outras empresas deste parque industrial (distrito de Setúbal); Auchan, CelCat, DIA Minipreço, El Corte Inglés, Gramax (antiga Triumph Internacional), Lidl, Lusíadas Saúde, Pingo Doce, Randstad (call centers da EDP), SAMS do SBSI, Sonae Logística (distrito de Lisboa); EZIP (Leiria); Algar, Inatel e SUCH hospitais do Algarve (distrito de Faro).
Um lugar especial deverão tomar os mineiros da Somincor (Beja).